Surpresas às vezes ocorreram nas categorias de animação do Oscar, mas nada como o que aconteceu no dia 02/02. Tanto a categoria de longa-metragem quanto a de curta-metragem foram grandes surpresas com pequenas produções que não foram apoiados por dinheiro, celebridade ou poder, arrebatando seus respectivos prêmios.
“Straume” (Flow), do diretor letão Gints Zilbalodis, ganhou o Oscar de melhor longa-metragem de animação. “Flow” recebeu muitas honrarias durante a temporada de premiações, o longa-metragem coproduzido pelo Dream Well Studio (Letônia), Sacrebleu Productions (França) e Take Five (Bélgica) parecia um tiro no escuro contra concorrentes de grande orçamento como “Robô Selvagem” (The Wild Robot), da Dreamworks Animation, “Divertida Mente 2 “ (Inside Out 2), da Disney/Pixar, e “Wallace & Gromit : Avengança” (Wallace & Gromit:Vengeance Most Fowl), da Aardman Animation.
Algumas notas importantes sobre a conquista de “Flow”:
- Gints Zilbalodis, aos 30 anos, se tornou o diretor mais jovem a ganhar o Oscar de melhor longa-metragem de animação.
- “Flow” é o primeiro longa-metragem totalmente produzido e financiado pela Europa a ganhar o Oscar de melhor longa-metragem de animação.
- ” Flow” é a primeira produção sem diálogos a ganhar o Oscar de melhor longa-metragem de animação.
- ‘ Flow”, custou menos de US$ 4 milhões, é de longe o longa-metragem de menor orçamento a vencer a categoria.
Tão surpreendente quanto, se não mais, foi o vencedor do Oscar de melhor curta-metragem de animação: a produção iraniana “In the Shadow of the Cypress”, dirigida por Hossein Molayemi e Shirin Sohani.
A vitória da produção iraniana derruba grande parte da sabedoria convencional sobre como alguém ganha um Oscar. Normalmente, quando um curta de animação é indicado, os cineastas se transformam em políticos e passam o tempo fazendo campanha pessoalmente para influenciar os eleitores da Academia. Os cineastas iranianos não fizeram nada disso, e não por escolha própria.
Molayemi e Sohani não conseguiram organizar a viagem do Irã para os EUA devido às relações políticas entre os países. Como resultado, eles perderam toda a temporada do Oscar.
Foi nada menos que um milagre que eles finalmente tenham conseguido um visto no último momento. Molayemi e Sohani chegaram a Los Angeles na manhã do dia 02/02, após um voo de 25 horas, e Sohani disse em um Stories no Instagram que eles provavelmente seriam os únicos indicados na história do Oscar a “ir diretamente do aeroporto para o Oscar sem nenhuma parada ou descanso”.
A vitória marca a primeira de uma produção iraniana no Oscar, e a primeira vitória para um curta de animação do Oriente Médio. É apenas a segunda vez que uma produção iraniana é indicada, depois de “Our Uniform” indicado em 2024.
FONTE: Cartoon Brew
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