Há um novo capítulo na grande reescrita das regras de distribuição de filmes. Raya e o Último Dragão, (Raya And The Last Dragon) o filme mais recente da Walt Disney Animation Studios (WDAS), foi lançado simultaneamente nos cinemas e por uma taxa especial de 30 dólares (no Brasil R$ 69,90) no Disney+. Este é o primeiro lançamento desse tipo da Disney, e os resultados iniciais são um pouco desanimadores.
Raya estreou no topo das ainda diminutas bilheterias domésticas (dos EUA), arrecadando cerca de 8,6 milhões de dólares em 2.045 cinemas. O filme estreou com cerca de 39% menos do que Tom & Jerry na semana passada, que levou 14,1 milhões de dólares, embora o lançamento da Disney tenha recebido melhores avaliações do que o reboot híbrido produzido pela Warner Bros. “estrelado” pela celebre dupla de personagens. Além do mais, Tom & Jerry foi lançado no mesmo dia na HBO Max — de graça. Obviamente, levemos em consideração que o filme tinha personagens mundialmente famosos ao seu lado, enquanto Raya é uma história original.
Outro fato significativo é que Raya não foi exibido no Cinemark, a terceira maior rede de cinemas dos Estados Unidos. Os termos da Disney foram reportadamente desinteressantes para a empresa, que disse ao Deadline: “Embora estejamos conversando com a The Walt Disney Company, ainda não alcançamos um acordo quanto aos termos de licenciamento para Raya e o Último Dragão.”
A Disney não divulgou dados sobre as vendas digitais do filme. Nem o fez com Mulan, que lançou no Disney+ (e não nos cinemas) pela mesma taxa premium em Setembro de 2020. Na pandemia, outros estúdios às vezes alardearam estatísticas que sugerem estreias digitais de sucesso de títulos muito aguardados.
Tom & Jerry ficou em segundo lugar no fim de semana, somando US$ 6,6 milhões para um total doméstico de 22,3 milhões de dólares. Considerando todos os filmes, a bilheteria foi cerca de 14% maior do que no fim de semana passado; os cinemas de Nova York reabriram depois de quase um ano, embora com 25% da capacidade.
Raya também não surpreendeu no exterior. Angariou US$ 17,6 milhões de 32 mercados para um cume mundial de US$ 26,2 milhões. Em seu maior mercado estrangeiro, a China (onde não tem Disney+), estreou com US$ 8,4 milhões, ficando em terceiro lugar, atrás de dois títulos locais que já vinham de semanas anteriores. O filme alcançou vários mercados no Sudeste Asiático (que serviu de influência para criação do reino de Kumandra), incluindo Tailândia, Indonésia e Cingapura; ficou em segundo lugar no Vietnã.
Dirigido por Don Hall e Carlos López Estrada, Raya é o primeiro longa-metragem original da WDAS desde Moana, que estreou no fim de semana de Ação de Graças em 2016 com US$ 56,6 milhões (de sexta a domingo).
Obviamente, o faturamento atual não pode ser comparado com os lançamentos anteriores ao Covid. No entanto, o desempenho de Raya alimentará as especulações sobre a estratégia de distribuição de longo prazo da Disney, que está se cristalizando lentamente. Na semana passada, o CEO Bob Chapek deu a entender que a empresa se afastaria das vitrines de cinema tradicionais, ao mesmo tempo em que se certifica de não “cortar as pernas das exibições nos cinemas”.
FONTE: Cartoon Brew
TRADUÇÃO: Arthur Bárbaro
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