Qual era a ideia original de David Fincher para o final de “Seven – Os Sete Crimes Capitais”?

AVISO: Este artigo aborda informações sobre o final de “Seven – Os Sete Crimes Capitais”

David Fincher é o diretor intelectual por trás de thrillers dramáticos como “The Game” (Vidas em Jogo), “Fight Club” (Clube da Luta), “Panic Room” (O Quarto do Pânico), “Zodiac” (Zodíaco), “The Social Network” (A Rede Social), “The Girl With the Dragon Tattoo, Gone Girl” (Os Homens que Não Amavam as Mulheres) e a brilhante série “Mindhunter”, mas tudo começou com uma de suas histórias mais sombrias em seu portfólio, “Se7en” (Seven – Os Sete Crimes Capitais).

Quando “Seven – Os Sete Crimes Capitais” completou 20 anos, o jornal britânico The Telegraph (via /Film) publicou um artigo sobre o filme e seus finais alternativos inéditos.

Isso inclui um final em que o Detetive William Somerset (Morgan Freeman) mata John Doe, um final em que o Detetive David Mills (Brad Pitt) atira em Somerset para impedi-lo de matar Doe, um final em que há uma corrida contra o tempo para salvar a esposa grávida de Mills, Tracy Mills (Gwyneth Paltrow), um final onde há um cachorro morto na notória caixa, e ainda um final que ocorre em uma igreja em chamas.

Mas mesmo com tantas opções à sua disposição, Fincher fez sua escolha, concluindo seu filme com um tragédia que até hoje é memorável.

No final do filme, o assassino John Doe (Kevin Spacey) atraiu Somerset e Mills para o meio do nada, com a promessa de que revelaria os corpos de suas duas últimas vítimas. Fincher aumenta o suspense quando uma van de entrega aparece de repente, dirigindo pela longa estrada empoeirada até onde os três homens estão. A van entrega uma caixa, que todos nós já sabemos que contém a cabeça decepada de Tracy. O plano de Doe é realizado quando Mills “se torna ira”, o sétimo e último pecado capital, no qual ele mata Doe tomado por uma fúria cega, punindo assim também Doe por seu próprio pecado de inveja. Os dois corpos finais (três, se você contar o bebê) são Tracy e o próprio Doe.

De acordo com Fincher É neste exato momento, o público teria visto um corte repentino assim que Mills atira em Doe, deixando o público ainda mais atônito em um longo momento de silêncio antes que os créditos finais começassem a subir.

Em vez disso, temos o final do estúdio, no qual Somerset assiste a um carro da polícia ir embora com Mills mais tarde naquela noite. “Ernest Hemingway escreveu uma vez: ‘O mundo é um lugar bom e vale a pena lutar'”, narra Somerset. “Eu concordo com a segunda parte.”

Este momento ajudou o público aliviar o impacto do choque visceral que o final oferece. É um pequeno raio de luz e humanidade de Somerset, que ao longo da trama se mostrava cético e em contraste a todo entusiasmo e esperança de Mills, agora para sempre perdidos. Apesar do horror que presenciou, o cansado Somerset talvez tenha reencontrado sua esperança e John Doe não tenha vencido por completo.