O Paquistão é o segundo país este ano a inscrever um longa-metragem de animação como representante oficial do país na categoria de longa-metragem internacional do 97º Oscar, depois da Letônia, que inscreveu “Straume” (Flow).
A produção escolhida pelo do Paquistão é “The Glassworker”, de Usman Riaz, a primeira animação de longa-metragem produzida no Paquistão. Com cerca de 98 minutos, “The Glassworker”, com forte inspiração as obras do estúdio Ghibli, o longa-metragem fez sua estreia internacional no renomado Festival de Annecy, em Junho passado, posteriormente vem sendo exibido no circuito de festivais, incluindo o Hiroshima Animation Season 2024, realizado em Agosto e o próximo Sitges Festival em Outubro. “The Glassworker” foi lançado nos cinemas do Paquistão em Julho.
“The Glassworker” é ambientado em um país fictício com influências da Londres vitoriana e o Paquistão moderno, a história é protagonizada pelo jovem Vincent, cujo pai é um renomado vidreiro artesanal. Porém a chegada de um coronel do exército e de sua filha Alliz, uma talentosa violinista, põe à prova a relação entre pai e filho. Mas a vida de ambos mudará radicalmente quando uma guerra iminente, ameaça a todos.
A Mano Animation Studios, fundada por Usman Riaz, Khizer Riaz e Mariam Riaz Paracha, foi a responsável pela produção da animação. O veterano produtor espanhol Manuel Cristóbal (Buñuel no Labirinto das Tartarugas) produziu “The Glassworker”. A CHARADES será a responsável pelas negociações e distribuição internacional
Encontrar talentos para trabalhar com animação 2D no Paquistão não foi uma tarefa simples. A animação tradicional é uma área de trabalho difícil e altamente qualificada, a equipe da Mano Animation ficou surpresa quando um anúncio para encontrar artistas atraiu jovens médicos e dentistas dispostos a mudar de carreira para trabalhar na produção de “The Glassworker”.
Embora a resposta desses profissionais tenha sido notável, muitas vezes o maior desafio foi convencer seus pais de que uma carreira na animação era possível no Paquistão. Usman Riaz lembra que, “Às vezes, passávamos dias no estúdio com os pais chegando e avaliando o que estávamos fazendo, vendo se valia a pena para seus filhos se aventurarem e tentarem. É muito difícil pedir isso a alguém. Seu filho tem uma trajetória de sucesso e estamos pedindo que abandonem isso.”
A paixão que Usman Riaz e sua equipe mostraram aos pais foi o que acabou convencendo muitos a permitir que seus filhos entrassem no estúdio. O diretor lembra: “O pai de uma estudante de odontologia estava no estúdio e constantemente ele discutia conosco que isso não era uma boa ideia. Estávamos tentando convencê-lo dizendo: ‘Mas é, e sua filha é muito talentosa; por favor, deixe-a perseguir seu sonho e deixe-a vir trabalhar no estúdio.’ Após cerca de um dia de discussão, ele saiu e disse à filha: ‘Você conhece esses caras? Eles parecem tão loucos e são tão loucos por esse ofício que o farão, então você deve trabalhar aqui.’”
“The Glassworker” não é apenas um marco para a animação no Paquistão, mas a materialização do desejo de Usman Riaz e sua equipe em proporcionar a oportunidade para o surgimento de novos realizadores em seu país.
FONTE: Cartoon Brew
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