“Conan, o Bárbaro”, pode não ser um nome familiar agora, mas o personagem ainda é um ícone americano. Saltando de romances para as HQs e, finalmente, para o Cinema, o personagem é talvez mais conhecido por seu longa-metragem de 1982. O filme “Conan, o Bárbaro”, é, em muitos aspectos, um clássico esquecido, pois, apesar de seus elogios, a maioria dos espectadores atuais ainda não entende bem o impacto que o filme teve.
Além de tornar o próprio personagem mais popular, lançou uma onda de filmes de aventura, “Sword & Sorcery” (Espada & Feitiçaria), além de ser um marco significativo no início da carreira cinematográfica do astro Arnold Schwarzenegger. Da mesma forma, apesar de sua narrativa aparentemente simplista, foi uma reflexão típica de seu tempo, mostrando muito mais profundidade do que se poderia esperar.
Os temas atuais dos anos 80 de Conan, o Bárbaro
Dirigido por John Milius e adaptando o personagem de Robert E. Howard de mesmo nome, o filme de 1982 “Conan, o Bárbaro” foi o resultado final de mais de uma década de tentativa de trazer o personagem para o cinema. A trama básica tem Conan, interpretado por Arnold Schwarzenegger, crescendo como um guerreiro feroz, mas oprimido, que busca vingança contra o mago que matou sua família. Apresentando todos os tipos de batalhas, homens e mulheres seminus, charme clichês dos anos 80, o filme incorporou elementos do cinema de aventura que viriam a definir o gênero na época.
O longa-metragem é um bom exemplo da intensidade e protagonismo da época aproveitando em maior ou menor grau elementos do personagem de Howard, evidenciando muito de suas virtudes físicas em prejuízo de outros pontos do personagem, criados pelo autor. Focando em capturar o nível de carnificina e sexualidade típicos da época. No entanto, ainda há um pouco de profundidade literária em “Conan, o Bárbaro”, mesmo olhando para fora das obras de Howard. Por exemplo, a abordagem sobre espadas, maldições e profecias é uma reminiscência de histórias como “A Ilíada” e “Beowulf”, mostrando o triunfo da vontade de um homem contra probabilidades aparentemente desumanas e impossíveis. Algo muito presente na obra de Howard e vários de seus personagens.
Esse individualismo robusto também estava alinhado com a “” da época (Reaganomics é um termo que combina o nome Reagan e a palavra economia. Sua criação é atribuída ao radialista Paul Harvey e refere-se às políticas econômicas adotadas pelo presidente dos EUA, Ronald Reagan, durante seu mandato presidencial na década de 1980). Essas alusões foram fortalecidas pelos aspectos “comunistas” do vilão Thulsa Doom (interpretado por James Earl Jones), que era um amálgama de diferentes criações de Robert E. Howard. Doom também deveria ser análogo a líderes de cultos como Jim Jones, com o medo de que essas figuras religiosas fossem tão fortes quanto o comunismo. Claro, tudo isso é mero subtexto, mesmo assim, a influência e o legado do filme não podem ser minimizados, já que “Conan, o Bárbaro”, continuaria a influenciar filmes de fantasia nos próximos anos.
O legado duradouro de Conan, o Bárbaro
Como mencionado, “Conan, o Bárbaro”, foi uma grande plataforma de lançamento da carreira cinematográfica de Schwarzenegger, conhecido principalmente por seu fisiculturismo, Schwarzenegger logo se tornaria um nome familiar após o sucesso de Conan. Selecionado devido à sua constituição extremamente musculosa, ele foi visto como a encarnação do Conan de Frank Frazetta. O papel seria usado até mesmo durante suas campanhas políticas, com Schwarzenegger sendo referido como “Conan, o Republicano”. Sandahl Bergman foi escalada como a heroína Valeria, um papel pelo qual ela se tornou a última ganhadora do “Golden Globe Award” de “Melhor Atriz Revelação” e do “Saturn Awards” de “Melhor Atriz” em 1983. Infelizmente, Valeria ainda é seu maior papel no cinema, já que ela tinha uma carreia como bailarina na Broadway.
A maior prova do legado de “Conan, o Bárbaro”, foi facilmente o boom de filmes do gênero “Espada & Feitiçaria” produzidos depois. Esses filmes foram claramente baseados na estética de “Conan, o Bárbaro”, que evitou a aparência greco-romana/árabe de filmes anteriores de “Espada & Feitiçaria” por algo inteiramente próprio. Os anos seguintes viram o lançamento de filmes como “A Lenda”, “O Feitiço de Áquila”, “O Príncipe Guerreiro” e “Krull”, nenhum dos quais provavelmente teria sido feito se “Conan, o Bárbaro”, não tivesse sido tão bem sucedido quanto foi.
“Conan, o Bárbaro”, poderia ser considerado tão relevante para o gênero fantasia, quanto “Star Wars: Uma Nova Esperança” foi para a ficção científica. Ao mesmo tempo, pode-se argumentar que o primeiro teve um impacto ainda maior em seu gênero do que o segundo. Embora Star Wars tenha sido seguido pelo “Battlestar Galactica” vagamente semelhante e um renascimento da franquia “Star Trek”, não teve tantas imitações óbvias quanto se esperaria de um gigante da cultura pop. Por outro lado, a maioria dos filmes de “Espada & Feitiçaria” para a próxima década teve suas raízes em “Conan, o Bárbaro”.
O gênero de fantasia não teria um reboot criativo até o lançamento das adaptações de “O Senhor dos Anéis”, de Peter Jackson, quase duas décadas depois. Este foi um fato atestado pelo historiador de Conan, Paul Sammon no livro “Conan the Phenomenon: The Legacy of Robert E. Howard’s Fantasy Icon”. O filme tem agora 40 anos, e sua esgrima e uso dos músculos de Schwarzenegger ainda são famosos hoje. Tendo agora arrecadado centenas de milhões de dólares, “Conan, o Bárbaro” de 1982 foi talvez o melhor exemplo da força do gênero “Espada & Feitiçaria” na década de 80 e um marco na história do cinema e da cultura pop.
“Conan, o Bárbaro” , esta disponível no acervo do STAR+.
FONTE: Comic Book Resources
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