A Japan House é um espaço dedicado a divulgação do Japão contemporâneo por meio da arte, cultura e tecnologia. Cidades como Londres e Los Angeles cediam suas respectivas unidades da instituição e no Brasil a cidade de São Paulo também cedia uma unidade da Japan House, devido ao forte histórico da cidade com a comunidade japonesa, reforçando os laços que unem o povo japonês e o povo brasileiro.
Devido a pandemia causada pelo COVID-19 (coronavirus) e aos esforços para conter seu avanço, a Japan House São Paulo desenvolveu um projeto voltado ao público que impossibilitado de frequentar suas dependências durante a quarentena, poderá ter acesso a uma programação especial de atividades através das redes sociais. Desta forma não apenas o público paulista mas de todo o Brasil pode ter acesso a esta programação especial.
O projeto #JHSPONLINE acontece em todas as plataformas digitais como Instagram, Facebook, Twitter, site e Youtube. A programação gratuita muda semanalmente e inclui retrospectiva de exposições, podcasts, palestras, datas comemorativas do Japão, dicas de brincadeiras japonesas para os pais fazerem em casa com as crianças, gastronomia japonesa, passo a passo de origamis e outras temáticas.
Por aqui, você acompanha quinzenalmente um compilado desses conteúdos, mas não deixe de ficar de olho nas nossas redes sociais para conferir a programação completa.
Sumiê (墨絵) para iniciantes: aprenda a fazer a técnica de pintura típica japonesa
Surgida na China, no século II, foi introduzida no Japão por monges budistas, durante o século XIV. Esse estilo de pintura simples e elegante foi muito difundido no país, estabelecendo-se como uma arte típica japonesa.
Na pintura sumiê, os objetos são retratados a partir de sua essência, com formas reduzidas e simplificadas. A técnica tradicional utiliza somente a tinta preta, à base de carvão, de pigmentação bastante concentrada. As pinceladas escuras, com traços rápidos, geram grande contraste sobre o papel branco, e a variação de pressão do pincel cria linhas mais finas ou mais grossas, refletindo a inspiração do artista enquanto pinta e tornando cada resultado em algo único.
Lúcia Hiratsuka é ilustradora e autora de livros infantis. Neta de imigrantes japoneses, nasceu no interior do Estado de São Paulo. Muitas de suas histórias são inspiradas por aquelas contadas por sua avó, na sua infância no sítio Asahi. A técnica sumiê utilizada por Lúcia neste vídeo é a mesma presente no livro Chão de Peixes, lançado pela editora Pequena Zahar e vencedor do Prêmio Jabuti e do prêmio da Biblioteca Nacional em 2019.
+ Veja como começar a fazer o seu sumiê: Assistir.
Tatakizome: impressão botânica com apenas três materiais
Tatakizome é uma forma de impressão botânica (eco-print) que não utiliza calor, vapor ou imersão em água fervente. O trabalho é tradicionalmente feito com folhas de índigo japonês (polygonum tinctorium).
Kiri Miyazaki ensina neste passo a passo como fazer o seu próprio tatakizome. Anota aí o que você vai precisar:
Um tecido ou roupa limpa e sem amaciante;
Flores e folhas;
Um martelo comum ou de borracha.
Obs: escolha tecidos mais grossos como algodão cru.
Kiri Miyazaki, nossa parceira na criação desse conteúdo, é responsável por uma plantação de índigo japonês sustentável e consultora online de tingimento natural.
+ Assista aqui o passo a passo completo: Assistir.
Vamos fazer um Tsuru?
Origami [おり紙 ou 折り紙] é uma palavra japonesa composta pelos termos ‘dobrar’ (折り=ori) e ‘papel’ (紙=kami). Designa a técnica secular de, literalmente, realizar dobraduras de papel. A data de sua origem é incerta, mas desde o período Edo (1603 – 1868) encontram-se registros de seu desenvolvimento.
Inicialmente, as formas do origami estavam relacionadas a elementos da natureza, como animais e flores. Já no século XX, uma nova concepção de dobradura criativa ganhou espaço e elementos mais estilizados surgiram.
A prática desta técnica está presente no cotidiano japonês: pode estar relacionado a uma atividade recreativa para crianças, a temas decorativos, passando pelo seu uso como parte essencial em celebrações e até como símbolo de saúde e paz.
O Tsuru [つる ou 鶴], grou, é considerado um dos pássaros mais antigos do planeta, acredita-se que existam há dezenas de milhões de anos. São diversas as espécies conhecidas, mas, de modo geral, são aves altas e elegantes, com belas plumagens e marcadas por uma dança graciosa realizada tanto para o acasalamento quanto para sua comunicação.
Na mitologia japonesa, diz-se que os tsurus acompanhavam os eremitas que se refugiavam e meditavam no alto das montanhas, e detinham o conhecimento e os poderes que poderiam brecar o envelhecimento. Com o passar do tempo, foi atribuído aos tsurus tal capacidade, sendo a longevidade o principal símbolo a que estão associados.
Além de uma vida duradoura, o pássaro inspira saúde, prosperidade, felicidade e carrega consigo a fortuna e, por isso, está presente em diversas celebrações e momentos dentro da cultura japonesa.
O origami, por sua vez, transformou o tsuru em uma de suas mais conhecidas formas, e sua realização pode conter diversos significados. Presentear – ou ser presenteado – com uma dobradura deste pássaro sagrado expressa votos de proteção, paz e generosidade, além de trazer boa sorte. Acredita-se também que se uma pessoa produzir mil tsurus mentalizando seu desejo, este se realizará.
+ Aprenda a fazer um origami de tsuru: Assistir.
Criando o seu próprio Mikado (ou pega-varetas)
O Mikado (ミカド) é um jogo muito antigo jogado em diversas regiões do mundo, sendo conhecido no Brasil como “pega-varetas”. Seu nome faz referência ao Imperador do Japão – que era chamado dessa maneira – e também, é o nome da vareta que vale mais pontos neste jogo.
O jogo clássico consiste em 41 varetas de cores e pontuações diferentes. Originalmente, cada tipo de vareta era feita de uma madeira diferente, identificada com cores e listras distintas que podiam variar. Porém, a versão ocidental do jogo não é feita necessariamente de madeira, e não usa a marcação de listras. A mais popular é feita de plástico e as varetas são inteiramente coloridas.
+ Aprenda as regras e como criar o seu: Assistir.
Conceitos Japoneses: 和 [wa] • harmonia
Como conceito cultural, ‘wa’ está atrelado à capacidade de entender as necessidades do coletivo como mais significativas do que aquelas de ordem individual. Esse conceito pode ser compreendido como harmonia, e seu sentido está relacionado à importância de se viver e conviver em paz, almejando o benefício comum.
A prática de se voltar ao todo, antes de agir em favor exclusivamente próprio, encontra suas raízes na história do Japão, que evoluiu a partir de um contexto de uma sociedade agrícola colaborativa, onde as necessidades do grupo sempre tiveram prioridade sobre as necessidades individuais.
Para se alcançar tal harmonia, os membros da sociedade japonesa colocam as necessidades do grupo sempre em primeiro lugar, garantindo que todos possam agir de maneira eficaz e com respeito ao próximo.
FONTE: Japan House São Paulo
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