Para muitos “Spider-Man: Across the Spider-Verse” (Homem-Aranha: Através do Aranhaverso) já não pode ser considerado apenas uma animação. Para Clayton Davis da Variety, o longa-metragem dirigido por Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson é uma produção visionária que redefine os limites que a animação pode alcançar, ao lado de um punhado de sequências como “O Cavaleiro das Trevas” e “O Império Contra-Ataca” que elevam suas franquias levando-as a novas direções surpreendentes.
Na opinião de Clayton, a sequência protagonizada por Miles Morales é o mais próximo que ele já chegou de ver uma representação precisa de sua vida e cultura em uma tela de cinema, mesmo com alguns elementos fantásticos adicionados à mistura. Para Clayton isso é inestimável.
“Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” se passa um ano após os eventos de “Homem-Aranha: No Aranhaverso”, com Miles Morales enfrentando uma nova ameaça, o que leva Miles por meio de Gwen Stacy a interagir com um grupo de variantes multiversais do Homem-Aranha.
Assim como muitos, Clayton é fruto do multiculturalismo e diversidade étnica presente em Nova York. E da mesma forma como tantos outros fãs, Clayton também encontrou em Miles Morales não apenas uma representação étnica, mas também da cultura nova-iorquina fruto dessa pluralidade.
Mas “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” não é apenas uma produção de representatividade étnica. Seu coração expansivo e história humana abrangente permitirá que espectadores de qualquer etnia, gênero ou origem socioeconômica ressoem com a saga de amadurecimento de Miles. Quem nunca lutou para corresponder às expectativas dos pais ou não se apaixonou por alguém tão efervescente e legal que parece estar para sempre fora do seu alcance?
Tudo isso se traduzirá em mais um Oscar? Em 2019, “Homem-Aranha: No Aranhaverso” conquistou o Oscar de Melhor Animação. Para Clayton não restam dúvidas que “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” é um sério candidato à premiação e talvez possa ir além e marcar seu lugar na historia do Cinema.
Nesse ponto Clayton assim como o do diretor Guilhermo del Toro questionam os motivos que relegaram a animação o papel de uma mídia exclusivamente infantil, principalmente em Hollywood.
Porém os tempos estão mudando e Clayton espera assim como Guillhermo del Toro que os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográfica, compreendam que a animação é uma forma de expressão tão válida quanto as demais.
Apenas três animações foram indicadas ao Oscar de Melhor Filme – “A Bela e a Fera” (1991), “Up: Altas Aventuras” (2009) e “Toy Story 3” (2010) – todos produções da Walt Disney. E houve mais de duas dúzias de animações dignas que deveriam ter sido listadas ao lado deles, desde “Branca de Neve e os Sete Anões” de 1937.
Mas “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” poderia se tornar a quarta animação indicada ao Oscar de Melhor Filme e a primeira a levar para casa o grande prêmio da noite?
De acordo com a opinião de Clayton, sim!. O fato de diretores premiados e indicados ao Oscar, como Guillermo del Toro (Pinóquio), Wes Anderson (O Fantástico Sr. Raposo, Ilha de Cachorros) e Charlie Kaufman (Anomalisa) estarem explorando a animação para narrar suas historias e ressaltando todo potencial que ela pode alcançar, apenas ajuda o futuro do meio. Isso transmite esperança de mais oportunidades para a indústria ver a animação como uma forma de arte séria, à medida que cineastas mais respeitados descobrem e exploram suas capacidades criativas.
Também não será nenhuma surpresa ver “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” sendo indicado em outras categorias. O compositor Daniel Pemberton, que deveria ter sido indicado por seu trabalho em “Homem-Aranha: No Aranhaverso”, provavelmente não será ignorado novamente. Clayton tem esperança que profissionais das categorias técnicas que são membros da Academia, não ignorem as outras realizações de “Homem-Aranha: No Aranhaverso”, em um mundo onde “Logan” (2017) e “Coringa” (2019) conseguiram indicações para Roteiro Adaptado, o trabalho dos roteiristas Phil Lord, Chris Miller e Dave Callaham dão um novo vigor para a criação de Stan Lee, mantendo usa essência inalterada e acessível a todos.
Clayton sabe que a população em geral ainda não tem uma compreensão fundamental do que é dirigir uma animação, muito menos de um longa-metragem, porém ele tem esperança que os membros da Academia reconheçam o trabalho do trio Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, os indicando na categoria de Melhor Diretor.
Cada geração tem o seu interprete favorito do Homem-Aranha, Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland contribuíram em consolidar a imagem do herói no Cinema, porém o Miles Morales, de Shameik Moore, conseguiu através da animação colocar o personagem no mesmo patamar dos três interpretes anteriores. Assim como Hailee Steinfeld (Gwen Stacy) e o “novato” Oscar Isaac (Miguel O’Hara), contribuem excepcionalmente com suas vozes para o sucesso de “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”. Porém, infelizmente, não há Oscar para trabalho de dublagem … ainda.
Clayton conclui seu artigo acreditando que “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” não deve ser reconhecido apenas como uma nova e emocionante aventura inspirada nos quadrinhos. Mas também como uma obra de arte. Uma que tem um profundo significado pessoal para Clayton e tantos outros que independentemente da suas histórias, encontraram em Miles Morales não apenas uma referência, mas um espelho que reflete o melhor que há em cada um deles.
FONTE: Variety
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