Lorenzo Di Bonaventura fala sobre produção de Snake Eyes, confirma cancelamento da sequência de “Transformers: O Último Cavaleiro” e saída de Michael Bay da franquia

Após o bem sucedido lançamento de Bumblebee do diretor Travis Knight e estrelado por Hailee Steinfeld, muito se discutiu se o filme seria um “reboot” ou um “prequel” da franquia capitaneada por Michael Bay e se Transformers: The Last Knight (Transformers: O Último Cavaleiro) ultimo filme dirigido pelo “pirotécnico” diretor teria ou não uma sequência.

Em entrevista concedida ao SlashFilm, o produtor Lorenzo Di Bonaventura afirmou que eles não estão trabalhando em uma continuação de Transformers: O Último Cavaleiro. Ele também disse na entrevista que o diretor Michael Bay não voltará a dirigir a amada franquia. A seguir vocês podem conferir detalhes da entrevista.

O produtor Lorenzo Di Bonaventura responsável pelos novos rumos da franquia Transformers nos cinemas

SlashFilm: Olhando mais pra frente, você já tem uma data pra começar *McClane?

Lorenzo Di Bonaventura: Eu bem queria, ainda não. Eu não sei como é que vai ser isso aí. Depende mesmo deles porque, obviamente, agora são propriedade da Disney. Minha sensação é que não vamos saber muito sobre isso por um tempo enquanto eles debatem seja lá o que estão debatendo agora. Eu não sei o bastante sobre os planos deles para ter qualquer ponto de vista. Eles gostam do nosso roteiro.

*McClane é o nome da continuação da franquia “Duro de Matar” (Die Hard) estrelada por Bruce Willis

SlashFilm: Quando começa Snake Eyes?

Lorenzo Di Bonaventura: Provavelmente vamos começar lá pelo final do verão, início do outono.

SlashFilm: Você vai conseguir manter ele calado como astro do filme?

Lorenzo Di Bonaventura: [RISOS] Essa eu não vou estragar. Vou dizer isto: parte da oportunidade de voltar é descobrir quem é esse cara. Para mim, estou mais interessado em ver como uma história de origem. Se você encarar como história de origem, dá pra ver ele falando por algum tempo determinado.

SlashFilm: Para o próximo Transformers você está procurando por novos diretores ou esperando que ainda possa fazer uma oferta para o Michael Bay?

Lorenzo Di Bonaventura: Acho que Bay deixou bem claro que adorou o que fez e que não vai mais fazer. Então acho que a resposta é que estamos escrevendo um roteiro. Neste momento, quando tivermos um roteiro em que acreditemos bastante, aí vamos debater isso. Michael deixou bem claro que ele não quer mais. Eu não o culpo. Ele gastou muito tempo, uma década de sua vida, filmando esses filmes.

SlashFilm: Vocês estão desenvolvendo um roteiro que continua de onde O Último Cavaleiro parou?

Lorenzo Di Bonaventura: Não.

Snake Eyes é a nova esperança de revitalização da franquia “Comandos em Ação”

SlashFilm: A continuação de Megatubarão está em ritmo acelerado?

Lorenzo Di Bonaventura: Eu não li o roteiro que está sendo trabalhado, mas está sendo trabalhado. Provavelmente todo produtor acha que seus projetos estão em ritmo acelerado, então eu sou a mesma coisa. Torço que sim. Sabe, uma coisa que eu acho interessante… algo que me deixa bem bravo quanto a Hollywood é quantas vezes os estúdios fazem, digamos, projetos “seguros”. O que eu achei interessante quanto a Megatubarão foi que desde o início, uma das coisas que disse à Warner foi: “eu quero fazer este filme, mas temos que fazer sem jamais nos levamos muito a sério”. Porque é um filme de tubarão gigante. Até certo ponto, é quase pretensioso você tentar chegar levando a sério e eles comprarem a ideia desde o início. Essa não é a decisão mais fácil de tomar. Uma coisa que eu tenho gostado recentemente é que eu venho notando uma certa abertura criativa, tipo o estúdio deixar a gente fazer o filme mais sombrio possível de Cemitério Maldito. Isso talvez não tenha acontecido muito nos últimos anos. Me parece – eu não sei por quê, eu queria saber – mas a boa notícia é que parece que isso é o que está acontecendo.

SlashFilm: Uma continuação de Megatubarão seria baseada em algum dos outros livros?

Lorenzo Di Bonaventura: Pensei um pouco e acho que vou evitar comentar, porque até eu ler, não quero passar uma ideia errada pras pessoas.

SlashFilm: Houve alguma nova ideia em Matrix que te surpreendeu?

Lorenzo Di Bonaventura: Eu sempre acho interessante como as pessoas vêem as coisas. Não é nem questão de estarem certas ou erradas, é só que aquilo passa pelas próprias impressões delas. Uma das coisas que elas dizem é: “Como é que conseguiram vender a ideia pra Warner Brothers?” A resposta é que brigamos por cinco anos e meio para que fosse feito. Então a ideia de que descobriram uma fórmula mágica [pra conseguirem convencer a fazer] está longe de certa, mas eu entendo por que alguém iria tentar descobrir por que foi feito.

Para mim, o que me conquistou em Matrix foi o estilo de artes marciais de Hong Kong que eu já assistia em filmes legendados. Eu estava animado para ver isso num filme americano, e aí os coreógrafos começaram a trabalhar em Hollywood por alguns anos.

Uma das razões pelas quais eu queria muito fazer Snake Eyes era porque eu adoro Kung Fu. Eu adoro a tradição cinematográfica que sai dele. Para mim é tão divertido se empolgar com isso e aí tentar descobrir “qual é a nova versão disso?” Eu acredito muito em ir fazer alguma coisa. Sim, há uma certa expectativa do que você quer ver num “filme de kung fu”. É meio que um termo simples, mas a verdade é que, se lhe dermos a versão que você pode imaginar, provavelmente vamos lhe dar algo que você já conhece e, portanto, fica meio chato. Então se torna esse equilíbrio. “Tá, como é que a gente faz uma coisa nova, e ao mesmo tempo aprecia e valida a antiga?” Eu acho essa uma das coisas mais interessantes sobre o cinema. Algo que eu aprendi ao longo do tempo, que eu acho que é realmente essencial, é “pô, é mesmo, como é que faz?” Nós podíamos ter estragado tudo com a escolha corajosa de Ellie vs Gage. Mas a gente foi com a filosofia de que “o público é muito leal a isto aqui”. Se formos fiéis ao espírito do livro e a alguns elementos importantes do livro, eles virão conosco. Essa foi a teoria. Poderia estar errada, então eu gosto dessa parte, o grande lance de dados.

Você pode conferir toda a entrevista (em inglês) acessando este LINK