Daniella Pineda, que interpreta a personagem Faye Valentine na adaptação live-action produzida pela Netflix de Cowboy Bebop, enviou uma resposta hilária às pessoas (que podemos definir como incels) que criticaram sua escolha para o elenco da série, usando como únicos argumentos a anatomia da atriz e a caracterização da personagem. Cowboy Bebop, vai estrear neste outono, é uma reformulação da clássica animação produzida pela Sunrise em 1997. Embora tenha apenas 26 episódios, a ficção científica com elementos de western contando a história de um grupo de caçadores de recompensas viajantes espaciais no ano de 2071 é considerada um marco da animação japonesa, e uma das séries responsáveis por popularizar o gênero no ocidente.
A nova série é muito aguardada pelos fãs, mas é claro que qualquer adaptação de uma propriedade amada é colocada sob um microscópio por pessoas em busca de qualquer desvio do material original. No dia 23/08, a Netflix divulgou as primeiras imagens promocionais de Cowboy Bebop, retratando os personagens Spike Spiegel (John Cho), Jet Black (Mustafa Shakir) e Faye Valentine. Mais ou menos instantaneamente, uma das estrelas de “Jurassic World: Fallen Kingdom”, Daniella Pineda foi ridicularizada por pessoas que não achavam que ela se encaixava na imagem de Valentine da obra original, uma mulher de seios fartos de proporções exuberantes.
Em seu Instagram, Pineda postou um pedido de desculpas com um tom de sarcasmo, por não ter o corpo ideal para se igualar ao design original, dizendo, “1,80 m, seios DD-Sized, cintura de 5 cm… Eles procuraram em todo lugar por essa mulher e não puderam acha-la. Meio estranho, mas escolheram a baixinha aqui. Né?” Ela também brincou que a Netflix tentou usar uma máquina do tempo pra pegar os pais dela , que eram mais bonitos, e que sua fantasia minúscula de lenço de papel acabou “se enfiando” nos decotes dela pra nunca mais encontrarem”
Claro, esta está longe de ser a primeira vez que uma artista feminina foi criticada por não corresponder perfeitamente às proporções corporais de um design caricatural (ou às vezes por simplesmente não corresponder a expectativas irrealistas, como o escárnio que Kelly Marie Tran recebeu em Star Wars: Os Últimos Jedi). A resposta de Pineda é certamente bem-humorada, mas ela também dissimula astutamente a expectativa generalizada de que as mulheres na vida real devem se parecer com as figuras exageradas da imaginação de um animador e que os corpos das mulheres são algo que qualquer estranho pode ter liberdade para comentar. É difícil imaginar que isso acontecerá, mas só se pode esperar que, eventualmente, as pessoas aprendam a aceitar as mudanças em adaptações de suas obras favoritas, sabendo que mesmo que não gostem de algo novo, a obra original sempre estará lá para elas amarem, intocada.
Além disso, uma das emoções de ter uma nova adaptação live-action de uma animação é a maneira como a série será capaz de usar o novo meio para adicionar nova profundidade e dimensão ao material de origem. As diferenças entre o mundo 2D e o de uma produção live-action podem permitir ao público a maneira como a narrativa é servida por seu cenário e design. Veja os filmes da Marvel, por exemplo. Embora os trajes de quase todos os heróis dos Vingadores difiram em cor e design dos quadrinhos originais, a maneira como eles se inspiram nos originais sem copiá-los exatamente permite que os espectadores considerem as diferentes maneiras como os trajes lhes dizem quem são esses personagens. Esperançosamente, Cowboy Bebop da Netflix pode fazer a mesma coisa com sua nova incursão no mundo do live-action também.
FONTE: Screen Rant
TRADUÇÃO: Marcelo Henrique
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