As motivações de Thanos em Vingadores: Guerra infinita podem ter conexões muito mais fortes com as HQs do que você imagina.

A cruzada de Thanos para juntar as Joias do Infinito finalmente chegou ao fim em Vingadores: Guerra Infinita, mas o filme também nos diz o porquê do Titã Louco passar o equivalente a seis anos em cenas pós-crédito juntando um poder cósmico tão imenso. E, talvez surpreendentemente suas motivações estejam bem mais conectadas com os quadrinhos.

AVISO: O CONTEÚDO A SEGUIR CONTEM SPOILERS DE “VINGADORES: GUERRA INFINITA”

Ao ver Vingadores: Guerra Infinita sabíamos que haveria uma grande diferença entre o Thanos do MCU e o Thanos de Desafio Infinito (Thanos: The Infinity Gauntlet), série que inspirou o filme. Na icônica série dos anos 90, Thanos realiza o (agora famoso) infame estalar de dedos, com a Manopla do Infinito (para tentar cortejar a personificação feminina da Morte e tornar-se seu amante). Porém a Morte não está presente em Vingadores: Guerra Infinita, e Thanos tem motivações bem diferentes para juntar as jóias.

No filme o plano de Thanos tem uma pegada bem mais “ecológica”, ele realmente acredita que a população do universo cresceu demais para sustentar com os recursos finitos do cosmos. Então ele quer matar metade dessa população universal para que as populações sobreviventes aprendam a manejar melhor os recursos e sobreviver ao invés de perder tempo com lutas e disputas desnecessárias por recursos.

Essa mudança levou a algumas críticas de não existiu uma grande motivação para Thanos detonar nossos amados heróis do cinema, e que é um raro ajuste dos quadrinhos que não funciona em comparação com … bem, tê-lo louco de amores literalmente pela Morte. Mas não é realmente uma mudança tão drástica se comparada às HQs. Thanos tem as mesmas razões para querer selecionar a população do universo, ele simplesmente não os expressa em Desafio Infinito. Ele as expressa quase um ano antes, nas páginas de uma HQ do Surfista Prateado.

Para criar o renascimento de Thanos e o evento iminente, Jim Starlin (o criador do Titã Louco) assumiu a função de escritor do Surfista Prateado a partir de sua 34ª edição, em fevereiro de 1990. Na edição o Surfista Prateado encontra pela primeira vez a Morte e Thanos , quando a Morte revive Thanos e o incube da tarefa de corrigir um grande desequilíbrio no universo. Em Surfista Prateado #35, Thanos mostra ao Surfista qual é esse desequilíbrio: Há muitas pessoas vivas para que a civilização em geral durasse muito mais tempo.

Thanos revela seu plano de exterminar metade da vida no universo em Silver Surfer #35.

Thanos leva o Surfista Prateado para a Terra e um pequeno planeta chamado Salaria para explicar seu raciocínio, guardando seus julgamentos mais severos pela Terra. Mais humanos do que nunca estão vivendo mais, consumindo mais recursos (e transformando-os em resíduos) e prejudicando perigosamente o meio ambiente. Thanos vê a correção do desequilíbrio como uma misericórdia para o que ele vê como uma espécie senciente sendo cruelmente forçada a viver em condições intensas, algo com o qual o Surfista discorda fortemente. Isso leva o Surfista Prateado a querer começar uma luta para deter o Titã Louco.

É então que Thanos realiza um golpe extremamente desagradável, como ele costuma fazer com frequência. Ao se teleportar da Terra para a Salaria, Thanos usou o Surfista para transportar inconscientemente bactérias inofensivas para a humanidade, mas até então desconhecidas em Salaria, causando a eclosão de uma doença mortal que (graças a algumas manipulações temporais sorrateiras de Thanos) causou a morte de metade da população Salariana. O Surfista pode lutar contra Thanos ou salvar o restante dos Salarianos. Thanos se diverte de seu jeito maníaco enquanto o Surfista corre contra o tempo para salvar o que restou da espécie local

Então o Surfista percebe quão horrível e ameaçador é Thanos, estes foram os eventos que antecederam Desafio Infinito um ano depois. Infelizmente, o MCU não tinha um Surfista Prateado (por enquanto) para avisá-los sobre o tamanho da ameaça que Thanos acabaria sendo – mas pelo menos suas motivações tinham um elo muito mais próximo dos quadrinhos do que a maioria das pessoas (e alguns fãs da Marvel) poderia imaginar.

Um curiosidade sobre este artigo originalmente publicado no Gizmodo, foi que ao compartilha-lo em seu perfil no Facebook o próprio Jin Starlin não lembrava desse detalhe.