Ayami Kojima é uma artista japonesa conhecida pelas aclamadas ilustrações e designs de personagens da série de videogames Castlevania. Digno de nota, ela é uma autodidata que desenvolveu uma rotina de técnicas pessoais de desenho que lhe rendeu um estilo bastante distinto, destacado em vários livros de técnicas artísticas.
Kojima se realizou como artista freelancer bem antes de embarcar como ilustradora e character designer para jogos. Seus primeiros trabalhos enquanto artista foram ilustrando capas para vários romances, como Cluster Saga e Nobunaga’s Ambition – não confundir com a série de jogos da Koei que possui o mesmo nome. Ela também fez ilustrações em preto e branco como conteúdos de páginas, em especial para a série Majin e vários outros romances de Kikuchi Hideyuki, o criador de Vampire Hunter D.
O envolvimento de Ayami Kojima com a franquia Castlevania teve início em 1997, com o lançamento pela Konami de “Symphony of the Night” para o Playstation. Os fãs da série se apaixonaram logo de cara pelas artes que se encaixavam perfeitamente com o tema do jogo, assegurando seu retorno como character design em “Castlevania Chronicles”, um remake de “Akumajou Dracula”, de 1993, originalmente lançado apenas no Japão para o computador Sharp X68000 ( X68k). Ao expandir a caçada ao Conde Drácula para o Gameboy Advance e contínuas iterações dos consoles Playstation e Xbox, os designs já familiares de Kojima e suas impressionantes ilustrações promocionais retornaram sucessivamente, assim como o próprio antagonista da franquia.
Embora Ayami Kojima também tenha criado artes para vários jogos da Koei com o passar dos anos, como Söldnerschild e Dynasty Warrios, foi Castlevania que se tornou sinônimo de seu nome. Seus designs góticos e surreais, às vezes apresentando sutilezas religiosas, combinam incrivelmente bem com a ambientação da série.
Kojima declarou que ela tem um fascínio por filmes assustadores e cirurgias, que ambos contribuem para os assuntos que retrata, às vezes de forma macabra. A artista também já declarou ser fã de longa data de mangás shounen, apesar da maioria deles ser dirigida ao jovem público masculino. Ela já foi destaque em vários livros de técnicas artísticas, como na série Japanese Color Kingdom e a revista Comickers, que apresentam técnicas usadas por mangakás populares, assim como quadrinistas ocidentais.
A técnica que Kojima emprega em suas pinturas consiste geralmente em primeiro fazer um esboço com pasteis ou bastões Conté, depois estabelecer as sombras novamente com Conté e tinta Nanquim. A profundidade e as texturas que dão a pegada tridimensional a seus trabalhos são criadas ao aplicar com espátulas, em geral no fundo, uma pasta modeladora. Em seguida, as cores de base são pintadas com tinta acrílica diluída. O trabalho é concluído com brilhos e retoques finais feitos com tinta metálica, e realçados com um acabamento em polímero brilhante.
Na terceira edição da série Japanese Color Kingdom, sobre técnicas artísticas, há um passo-a-passo detalhado de seu processo, que também conta com o processo do artista Shinkiro (Toshiaki Mori).
Entre 1986 e 1997 a franquia Castelvania se consagrou como uma das mais longevas e tradicionais da historia dos games, mesmo se utilizando de gráficos 2D em uma época que a qualidade de imagem era contada em bits, seus jogos possuíam um visual essencialmente medieval e com uma forte influência da arte renascentista. A partir da contribuição de Ayami Kojima, a franquia renasceu com o seu então recém lançado jogo, que mesmo restrito às limitações dos gráficos 2D, era extremamente detalhado e bem produzido, seguindo um contexto artístico que está presente e forte até hoje, mesmo os games Castlevania: Lords of Shadow e Castlevania: Lords of Shadow 2, além da série animada produzida pela Netflix possuem (em maior ou menor grau) a marcante influência do trabalho desenvolvido por Ayami Kojima.
Com a arte românica e gótica, marcada pelo século XII, a arte neogótica, marcada pelo século XVII ao século XVIII, mescladas ao traçado delicado de Kojima com características melancólicas, fúnebres e macabras, foi possível traduzir a enigmática narrativa para o visual de uma forma única, ligando não só o contexto geral de sua ambientação, mas também toda a lúgubre historia dos personagens.
Ayami Kojima esteve relativamente ausente da indústria de jogos nos últimos anos, e essa ausência foi sentida, mas a campanha Kickstarter de Bloodstained: Ritual of the Night garantiu sua cooperação com uma arte especial para quem contribuir com US$ 100,00. Uma coleção de seu trabalho também pode ser encontrada no artbook Santa Lilio Sangre – Ayami Kojima Artworks, que inclui ilustrações e artes conceituais de Castlevania, além de projetos fora do escopo de jogos.
FONTE: Creative Uncut, Wikipédia
TRADUÇÃO: Roberto Gomes
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